Cresce a preferência do brasileiro por eletroeletrônicos premium

O consumidor brasileiro está ficando mais exigente, à medida que adquire produtos de bens duráveis mais sofisticados. A conclusão é de um estudo da empresa de pesquisa de comportamento de consumo GfK.

Apesar de haver estabilidade ou mesmo queda nas vendas por unidade de diversos produtos, há crescimento por faturamento, o que mostra uma escolha por produtos com ticket médio mais alto, com mais recursos, mais tecnologia, mais conexão. “No caso de telefonia, por exemplo, o gasto médio em smartphones era de R$ 950 no primeiro quadrimestre de 2018 e subiu para mais de R$ 1.100 no mesmo período deste ano. Nossas análises constataram que crescem as vendas de aparelhos com maior número de câmeras, com telas maiores, com mais tecnologia e, portanto, preços médios mais altos”, afirmou Rui Agapito, diretor da GfK e um dos responsáveis pelo estudo.

A categoria de linha branca, cujo crescimento de 12,7% também está muito ligado à linha mais premium, tem como um dos exemplos os refrigeradores com freezer na parte inferior (ou duas portas) que cresceram 53%. Assim como produtos que têm inteligência artificial e conexão embarcadas. Os tradicionais fogões vêm perdendo espaço para os cooktops, consolidando a intenção do consumidor de possuir uma cozinha mais gourmetizada, na linha dos programas de TV voltados à culinária que trouxeram esse conceito.

“Para confirmar essa tendência da gourmetização, na categoria dos eletroportáteis, a batedeira planetária e máquinas de café crescem muito acima da média, da mesma forma como, na linha branca, as máquinas de lavar mais sofisticadas (as lava e seca) também crescem acima da média”, contou Rui.

A categoria de eletrônicos, cuja participação de TVs é muito representativa, recupera importância na cesta de duráveis, mas esses aparelhos passam por uma queda em ano pós Copa, (-1,4%). Por outro lado, crescem acima da média as vendas de televisores com telas maiores e mais definição, em relação aos chamados “de entrada” (até 32 polegadas).

Em Informática, o destaque ficou com os notebooks ultrafinos, de 18 mm, também equipamentos premium, cujas vendas subiram 50%. “O setor de informática, como um todo, cresceu 1% de janeiro a abril de 2019, frente aos primeiros quatro meses de 2018, confirmando a conclusão de que o consumidor brasileiro está, de fato, mais exigente e inclinado a adquirir produtos com mais qualidade, tecnologia e recursos”, explica Rui.

Para Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da GS&Consult, a tendência é que tecnologias como as baseadas em internet das coisas se popularizem. “Toda nova tecnologia tem um alto valor agregado, até porque muitos vêm com um apelo de produto premium”, disse Rebetez. Com o passar do tempo, essas tecnologias devem ser lançadas por marcas de eletrônicos mais populares, diminuindo o preço destes produtos e facilitando o acesso.

Por: Mercado & Consumo

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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