Escolaridade e faixa etária determinam quem elege Pix para pagamentos

Pessoas mais velhas e com menor grau de instrução estão entre as que menos se adaptaram ao novo método de pagamentos.

Lançado em 2020, o Pix é uma forma instantânea de transferência monetária e pagamentos eletrônicos que abrange desde pessoas físicas às jurídicas, que caiu no gosto dos brasileiros. Com chaves definidas pelo usuário, não é necessário informar os dados bancários de quem irá receber. Só no ano de lançamento, foram mais de 13 milhões de chaves cadastradas.

Em pouco mais de um ano, o Banco Central informou o cadastro de 254 milhões de chaves. Uma mesma pessoa física pode ter até cinco chaves cadastradas, enquanto as jurídicas podem ter 20. Em termos de usuários, são 98,5 milhões com pelo menos uma chave, 93,8% de pessoas físicas e 6,2% de pessoas jurídicas. Com o Pix, o brasileiro passou a ter mais opções de pagamentos, e a possibilidade de escolher qual a melhor para cada ocasião.

Preferência está entre mais jovens e mais escolarizados

Uma pesquisa elaborada pela Zetta e o Instituto Datafolha mostra que 96% das pessoas conhecem o Pix ou já ouviram falar sobre ele. Porém, há uma diferença entre o público que aderiu à ferramenta de transferência bancária. Os dados mostram que 49% têm chaves cadastradas. Mas o perfil do usuário muda de acordo com escolaridade, idade e renda. Um exemplo disso é que, 57% dos usuários são moradores de regiões metropolitanas.

Quanto à adesão, é maior entre os jovens de 18 a 24 anos, que somam 70% dos usuários. Em segundo lugar está a faixa etária 24-35, que somam 65%. Os que têm entre 35 e 44 anos são 51%, e aqueles com idade entre 45 e 59 anos representam 39% de usuários de Pix. O público menor está entre os mais velhos, com 60 e 70 anos, que são 24%.

No estudo é possível notar também que os mais escolarizados são mais adeptos ao método de pagamento: 77% possuem ensino superior. Aqueles que cursaram até o ensino médio são 61% dos ouvidos, enquanto 27% têm ensino fundamental. Da mesma forma, a renda foi determinante. Entre os brasileiros que recebem até dois salários mínimos e meio, a adesão é de apenas 31%, e de 75% entre aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos.

Entre as formas de pagamento, débito e dinheiro seguem como preferidos

Entre usuários que estão com chaves cadastradas, o Pix é o terceiro meio de pagamento mais utilizado. O cartão de débito é escolhido por 85% desse público, enquanto o dinheiro está pouco atrás, com 84% de votos. Já o Pix, com 81%, está em terceiro lugar, à frente do cartão de crédito, escolhido por 74% das pessoas. O boleto bancário também aparece no ranking, mas com uma adesão menor que os demais, utilizado por apenas 53%.

Já a intenção de uso varia de acordo com a faixa etária. Enquanto os que têm entre 18 e 24 anos usam o Pix para comprar alimentos, 85%, a maior finalidade dele para o público dos 25 aos 34, 35 e 44, 45 e 59, e 60 aos 70 anos é para uso na farmácia, com 81%, 71%, 63% e 42% e dos votos, respectivamente.

Pix é mais usado para receber do que para pagar

Se antes o TED era a escolha prefencial para transferências bancárias, especialmente as de maior valor, a pesquisa mostra que 92% das pessoas passaram a fazer um Pix no lugar. A principal finalidade de uso é o recebimento de valores, opção escolhida por 85% desse grupo. Os que enviam  são 83%, enquanto 71% fazem transações entre suas contas pessoais.

Entre as opções de utilização, 67% utilizam o Pix como forma de pagamento de bens e serviços prestados por pessoas físicas e 57% para serviços e produtos prestados por pessoas jurídicas. Esse dado chama a atenção, pois pode indicar que uma parcela razoável das transações que seriam originalmente P2B são hoje mensuradas como P2P. Esse cenário mostra que, talvez, haja uma sub-adesão do Pix pelo comércio, uma vez que prestadores de serviços podem usar as chaves de pessoa física para recebimentos, ou não possuem CNPJ.

Região Norte desponta com maior frequência de uso

Entre os que optam pelo Pix para pagar produtos e serviços, metade afirma tê-lo usado de uma a cinco vezes no mês, enquanto 22% fazem suas transferências via Pix de seis a dez vezes. Apenas 6% diz usá-lo mais de 20 vezes ao mês.

Na região Norte ele tem maior frequência de uso. Por lá, 52% dos usuários usam pelo menos seis vezes por mês. No Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste o percentual varia entre 32% e 46%. Nas compras de produtos ou serviços para pessoas físicas, a região Norte também se destaca com 76%, enquanto a média nacional é de 67%.

Não tenho Pix, porque…

Entre o público que não tem chave Pix cadastrada, os motivos variam de acordo com a faixa etária e a região. As regiões Sul e Sudeste têm menor intenção de usar o método de transferência, com 53% e 57%. É possível notar o salto do desinteresse vai de 29% entre os entrevistados entre 25 e 34 anos para 70% entre os com 60 e 70 anos.

Os principais motivos citados por quem não pretende cadastrar uma chave Pix são: falta de interesse, desconfiança com a segurança do Pix e dificuldade de lidar com a tecnologia.

Por: Jéssica Chalegra, Consumidor Moderno

By | 2023-09-04T14:57:38-03:00 25 abril, 2023|Categories: Comportamento do consumidor|Tags: , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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