Mais de 70% vai a shopping para compra em loja específica; mulheres são maioria entre frequentadores

Levantamento bianual da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em parceria com a empresa de pesquisa Gfk, traz novos dados sobre o perfil do frequentador dos shoppings no Brasil. Entre os principais destaques, o recente levantamento apontou para uma maior presença de jovens nos empreendimentos, confirmou que a maioria das pessoas prefere ir aos shoppings acompanhada e que os homens têm uma frequência de visita maior do que as mulheres. O estudo, que tem como objetivo traçar uma análise demográfica e conhecer características de hábitos e atitudes de quem visita os shoppings, foi realizado nas cidades de Brasília, Belém, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e São Paulo.

Segundo a pesquisa, houve um crescimento no número de jovens circulando nos centros de compras. A presença de frequentadores com idade abaixo de 19 anos saltou de 10%, em 2012, para 18%, em 2016. Em sua maioria, esse público vai ao shopping acompanhado (76%) e costuma permanecer mais tempo no local do que visitantes de outras faixas etárias (81 minutos, em média). Os solteiros também estão ainda mais presentes nos shopping e já representam 63% dos frequentadores, contra 49% registrado em 2012.

O estudo revelou, também, que o shopping continua sendo opção para famílias, amigos e casais, uma vez que 60% dos visitantes vão aos centros de compras acompanhados.

– Tal comportamento está alinhado à tendência dos malls serem vistos, cada vez mais, como espaços de lazer, núcleos de convivência aonde as pessoas vão para passear e se divertir, não só para fazer compras – explica Adriana Colloca, superintendente da Abrasce.

Assim como apontado na última pesquisa, as mulheres se mantêm maioria, representando 59% dos frequentadores. Elas também passam mais tempo nos centros de compras, em média 80 minutos, contra os 71 minutos registrados pelos homens. Apesar de consumir menos tempo dentro dos malls, o público masculino tem uma frequência de visita maior: média de oito vezes/mês, contra sete vezes/mês das mulheres. Os visitantes de classe A também apresentam número de visitas e tempo de permanência acima da média, cerca de nove dias/mês e 80 minutos, respectivamente. Em linhas gerais, a pesquisa aponta que mais da metade dos frequentadores (63%) vai ao shopping semanalmente e o tempo de permanência média é de 76 minutos. Mulheres de classe A, com idade entre 16 e 19 anos, são as que passam mais tempo no shopping.

O lazer é um segmento que continua apresentando grande destaque no setor. Prova disso é que o hábito de ir ao cinema vem crescendo ao longo dos anos, com salto de 79%, em 2012, para 88%, em 2016. O percentual de visitantes que tem como principal objetivo a ida ao cinema também quase dobrou em relação a 2012, representando hoje 7% do público, contra 4% em 2012. Esse costume continua muito atrelado à alimentação: o percentual de pessoas que foi ao cinema e também consumiu alimentos no mall apresentou alta de 74%, em 2012, para 86%, em 2016.

O levantamento aponta, também, que a maioria dos frequentadores vai ao shopping com um objetivo em mente. O estudo indicou que 72% das pessoas foram em busca de uma loja específica (sete dos oito estabelecimentos citados eram lojas âncora). Ainda, a maioria dos consumidores (59%) que vai às lojas realiza uma compra.

Segundo 45% dos entrevistados, a principal motivação para a visita continua sendo fazer compras. Na sequência, estão opções como ir a lanchonetes, restaurantes ou cafés (19%), ver vitrines/passear (18%) e utilizar serviços (15%). Entre os serviços mais buscados em shoppings estão os que permitem algum tipo de transação bancária (caixa eletrônico, lotérica, agência bancária).

A pesquisa encomendada pela Abrasce permite constatar, ainda, que os consumidores estão gastando mais. Entre 2012 e 2016, o tíquete médio apresentou elevação de 24%, correspondendo hoje a R$ 243,82.

– Dados como esse atestam a força dos centros de compras, mesmo em momentos desafiadores. Resilientes, os shoppings são modelos de negócios que se destacam pelo diversificado mix de lojas e oferta variada de serviços, conveniência, lazer e entretenimento – destaca Adriana.

Alta das vendas em abril não reverte tendência de queda no ano, analisa SPC Brasil

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a alta de 0,5% observada na comparação mensal nos dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra sinais pontuais de melhora nas vendas no varejo, mas ele alerta que ainda é cedo para falar em reversão da tendência de queda nos dados anuais, tendo em vista o cenário de recessão econômica com inflação elevada e baixa confiança dos empresários e dos consumidores.

– As vendas no varejo têm sido influenciadas negativamente pelo desaquecimento da economia, aumento do desemprego e seu impacto sobre a renda e a confiança do consumidor. Além disso, a inflação ainda acima da meta oficial continua corroendo o poder de compra da população e a taxa de juros em patamar elevado encarece as parcelas das compras financiadas, desestimulando principalmente o consumo de itens de maior valor – explica o presidente da instituição.

Para ele, o brasileiro ainda está reticente quando o assunto é consumo.

– Com a confiança do consumidor em baixa e com os bancos e comércio mais criteriosos na concessão de financiamentos, é mais fraca a evolução do crédito na economia. Além disso, o apetite do consumidor para contrair novas dívidas está em desaceleração, uma vez que há grande incerteza no ambiente econômico.

Segundo o IBGE, as vendas no varejo restrito subiram 0,5% em abril na comparação com março, mas caíram 6,7% frente ao mesmo mês do ano passado. No acumulado deste ano, a retração é de 6,9%. Os setores que se destacaram positivamente na passagem de março para abril foram supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, fumo e bebidas (1,1%), tecidos, vestuários e calçados (3,7%) e artigos de uso pessoal e domésticos (2,8%). Quando considerado o varejo ampliado, que inclui vendas de automóveis e de materiais de construção, a queda foi de 1,4% na variação mensal e de 9,1% na comparação anual.

CNC mantém perspectiva de queda do varejo este ano

O volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 0,5% na passagem de março para abril, já descontados os efeitos sazonais, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE. Com quedas de -6,6% e -4,0% nos segmentos automotivo e de materiais de construção, o varejo ampliado amargou a nona queda mensal (-1,4%) em 12 meses. No acumulado do ano, as vendas registram retração de 6,9% e, no conceito ampliado, o varejo apura recuo recorde de -9,3% nos primeiros quatro meses do ano.

Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e turismo (CNC), o comportamento recente do comércio varejista sugere que o período mais agudo da crise de consumo no país ficou para trás. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a variação média dos últimos três meses encerrados em abril (-5,5%) foi significativamente inferior ao do período compreendido novembro de 2015 e janeiro de 2016 (-8,5%).

– O processo de desaceleração da inflação já começa a contribuir favoravelmente para amenizar a crise de consumo no curto prazo, mais especificamente naqueles segmentos mais dependentes das condições de renda – afirma Fabio Bentes, economista da Confederação.

A entidade manteve sua projeção de retração de 4,8% no varejo restrito ao final de 2016 e revisou de -8,8% para -9,4% sua previsão de variação das vendas no varejo ampliado.

– Diante deste cenário e da perspectiva de evolução mais favorável da inflação, nos próximos meses dificilmente o varejo deixará de registrar seu pior resultado da série histórica iniciada em 2001 – complementa.

Por: Monitor Digital

By | 2017-05-25T10:52:55-03:00 14 junho, 2016|Categories: Comportamento do consumidor, Consumo, Varejo|Tags: , , , |0 Comments

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

Leave A Comment

Avada WordPress Theme