O impacto da inflação no consumo da América Latina em 2022

Por conta da inflação, alguns consumidores da América Latina se tornaram mais estáveis na aquisição de bens de consumo.

inflação deflagrou uma série de novos comportamentos nos consumidores em 2022, sobretudo, na América Latina. No Brasil, é fácil vermos que as classes mais baixas ainda estão sendo fortemente impactadas pelo fenômeno global.

Na América Latina, um estudo realizado pela consultoria Kantar, apresentou os movimentos ocasionados pela inflação no comportamento de consumidores latino-americanos em 2022.

Apesar de perderem 25% do poder de compra nos últimos dois anos, principalmente por conta da inflação, os consumidores da América Latina conseguiram fechar 2022 estáveis na aquisição de bens de consumo massivos (FMCG).

De acordo com o relatório, Consumer Insights, da Kantar, é preciso separar esses consumidores em grupos para que compreendamos esse fenômeno. Tudo porque, a expectativa econômica e o comportamento de consumo não é idêntico em todos.

Inflação e os grupos mais resilientes

Segundo o relatório, Brasil, México e Peru se mostraram os mais resilientes, uma vez que a inflação em 2022 não passou de 5% acima da média dos últimos cinco anos.

O grupo que tem o Equador como maior representante, mas também conta com América Central e Bolívia, que costuma registrar níveis mais baixos por conta da dolarização, por sua vez, teve taxas bastante disruptivas no último ano, chegando a 4%.

Já Argentina, Colômbia e Chile apresentaram inflação 10% (ou até mais) acima das médias históricas, colocando os consumidores sob pressão.

Para os especialistas da Kantar, é possível notar que a estabilidade de volume vista na América Latina é explicada, sobretudo, pelo crescimento ocorrido no Brasil e no México (+2,7% e +1,9%, respectivamente). Enquanto os demais países tiveram retração igual ou superior a 3% em relação a 2021.

Entendendo o cenário local

A Kantar avalia que no Brasil, esse crescimento é puxado por todas as classes, mas principalmente pela classe DE. Essa classe cresce 5,2% em unidades de 2021 para 2022, contra 3,1% da classe AB e 1,8% da classe C. Já a Classe C é a única que ainda não recuperou os patamares pré-pandemia, e a que mais reduziu volume durante a pandemia.

Perspectivas

Já o mais recente RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Banco Central prevê alta de 5,8% do IPCA neste ano.

Segundo o documento, a probabilidade dessa alta furar o teto da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional), pelo terceiro ano consecutivo, passou de 57% para 83%.

Para 2024, analistas já criam uma expectativa para o índice oficial de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) subir de 4,14% para 4,18%.

Por: Marcelo Brandão, Consumidor Moderno

By | 2023-09-04T14:24:41-03:00 10 abril, 2023|Categories: Comportamento do consumidor|Tags: , , |0 Comments

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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