Pesquisa de comportamento de consumo do Itaú aponta setores aquecidos

Com a chegada de 2020, a economia brasileira sofreu um duro golpe por causa do vírus. Inúmeros setores tiveram prejuízos imensuráveis, sobretudo os que dependiam da presença física de consumidores, como foi o caso do comércio físico e do turismo. Com o avanço da doença no Brasil, o cenário se intensificou e levou inúmeros colaboradores ao desemprego, o que representou uma queda brusca no consumo.

Um ano mais tarde, no entanto, a economia parece dar um respiro. É o que diz o a pesquisa “Análise do Comportamento de Consumo”, do Itaú Unibanco, relativo ao primeiro trimestre de 2021. Embora nem todos os setores tenham obtido uma melhora tão alta, boa parte das categorias apresentou crescimento, o que configura um respiro aliviado.

“É importante lembrar que as empresas, em 2021, estão muito mais preparadas para esse cenário de pandemia. Então, mesmo tendo uma segunda onda e uma maior restrição, observamos um crescimento”, destaca Moisés Nascimento, diretor de Estratégia e Engenharia de Dados do Itaú Unibanco.

Investimento em saúde e bem-estar

De acordo com a pesquisa, um dos setores com maior crescimento foi o de saúde. Gastos com tratament0os, prevenções e exames aumentaram significativamente em comparação com o mesmo período de 2020: foram 80% em laboratórios de análises clínicas, 29% em médicos e clínicas e 14% em hospitais.

Para além do setor de saúde — que já dava sinais de crescimento intenso logo ao início da pandemia —, algumas outras categorias também aumentaram de um ano para o outro. Foi o caso dos gastos com feiras livres e hortifrútis, que cresceram 47% e 22% respectivamente. Esse índice indica que os brasileiros passaram a investir mais em alimentos saudáveis durante a pandemia.

Seguindo a linha de bem-estar, o estudo também mostrou que os brasileiros passaram a se interessar cada vez mais por atividades ao ar livre, tendo a bicicleta como uma das ferramentas preferidas — um crescimento de 52% entre um ano e outro.

A partir do isolamento social, nota-se que o consumo voltado para a saúde e o bem-estar passaram a ter um peso maior na vida dos brasileiros, algo que tende a seguir dessa forma para os próximos meses.

Consumo

Foto: Hábitos de Saúde | Itaú Unibanco

O home-office com mais consumo

Em uma situação na qual milhares de brasileiros passaram a trabalhar de casa, houve também um gasto mais exacerbado nos serviços destinados à casa. A pesquisa do Itaú mostra que cresceu o consumo por serviços de manutenção, tais como dedetização (16,4%), investimento em ar-condicionado (59%) e impressoras e computadores (51%).

Para passar o tempo dentro de casa, o estudo também aponta que houve um grande investimento em games, serviços de streaming, livros e instrumentos musicais (8,5%). Especificamente para videogames, as vendas saltaram 165% na comparação com o primeiro trimestre de 2020.

Com o passar do tempo, as pessoas também passaram a investir em computadores e softwares que comportassem as novas necessidades digitais. “Como todo mundo está trabalhando de casa, os equipamentos de computadores e softwares que você usa no home-office também estão relacionados a um consumo intenso de relações digitais. As pessoas provavelmente estão consumindo mais tecnologia, porque esse é o meio de interagir com o mundo agora”, complementa Moisés.

Outro destaque percebido foi que, com as pessoas mais dentro de casa e, por consequência, com mais tempo livre, houve um investimento forte em educação. Ao todo, o crescimento em cursos diversos, desde livres à graduação e pós-graduação, foi de 82%.

Consumo

Foto: Hábitos de Consumo | Itaú Unibanco

Aumento nas datas comemorativas

Um bom destaque para o varejo foi o aumento do consumo em datas comemorativas. De acordo com o estudo, a Páscoa teve resultados muito melhores do que os apresentados em 2020. “A Páscoa foi doce para o nosso varejo, cresceu 24% nos segmentos de docerias e lojas de chocolate”, destaca Moisés.

Para o Dia Internacional da Mulher, houve também um aumento na venda de flores (35%), um crescimento positivo e bastante esperado, visto que o setor de floriculturas teve momentos apertados em 2020.

Por fim, a pesquisa também salienta que o carnaval apresentou um aumento bastante distinto do anterior. Ao todo, houve crescimento de 25% no valor transacionado à data, sendo 54% relacionado a transações online. “O brasileiro realmente trocou a avenida pelas compras, principalmente pelas online”, explica Moisés.

Consumo

Foto: Hábitos de Consumo | Itaú Unibanco

Meios de consumo e pagamentos

De acordo com a pesquisa, houve uma expansão nas vendas online, impulsionadas cada vez mais pelos meios de pagamento digitais. Os cartões virtuais — que expiram após o uso e conferem mais segurança às operações de e-commerce — cresceram 163% no primeiro trimestre de 2021. Vale destacar que a Geração Z é a que mais faz uso dessa modalidade (457%).

Além desses, crescem também os pagamentos por carteiras digitais (80%). O estudo destaca que as mulheres de 50 anos ou mais fizeram mais pagamentos por esse meio (93%) e a Geração Z também se destacou (192%).

Em conclusão, o Itaú destaca que o número de transações por aproximação em maquininhas teve um crescimento elevado na pandemia, sobretudo por evitar o contato físico. O aumento foi de 4,4 vezes em relação ao primeiro trimestre de 2020.

Por: Consumidor Moderno

By | 2021-08-07T15:31:01-03:00 11 junho, 2021|Categories: Comportamento do consumidor|Tags: , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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