Raio X do comportamento do brasileiro na internet

Redes sociais são as queridinhas dos usuários no país. Busca por informações nelas e em blogs deve crescer ainda mais durante o período eleitoral, este ano.

A realização da Copa do Mundo no Brasil e o período pré-eleitoral no país colocam em evidência o engajamento dos brasileiros nas redes sociais. As marcas também demonstraram, jogo a jogo do torneio de futebol, que já perceberam o potencial desse canal de aproximação com o consumidor. Ao investirem em conteúdos exclusivos, as patrocinadoras conseguiram ver o número de fãs de suas páginas no Facebook crescerem em média 52% entre fevereiro de 2013 e março de 2014, segundo o último estudo sobre o comportamento do internauta brasileiro da comScore.

Antes mesmo do início do mundial, os efeitos dos investimentos em conteúdos exclusivos para a web já eram sentidos por essas marcas. Os esforços digitais levaram a atividade de usuários das redes sociais em relação aos patrocinadores da Copa do Mundo a crescerem 27%, entre janeiro de 2013 e abril de 2014. O engajamento de visitantes únicos subiu 16%, saindo de 124.456 para 143.991, enquanto o número de posts dessas companhias partiu de 1,4 mil para 1,6 mil, registrando crescimento de 10%.

Os investimentos feitos nesses canais pelas empresas ganham importância no país, uma vez que o tempo gasto nas redes sociais aqui equivale ao dispensado em todas as demais categorias – como portais, sites de esportes, de serviços, de notícias e de entretenimento – juntas. “O Brasil é o país onde vemos o maior engajamento nesses canais, tanto em alcance, em relação a quantas pessoas acessam, quanto em tempo gasto por mês por visitante. O mundo está vendo isso”, avalia Alex Banks, Vice-Presidente da América Latina e Diretor de Marketing da comScore no Brasil, em entrevista à TV Mundo do Marketing.

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Líder em audiência nas redes sociais

O Brasil lidera o ranking dos países com mais tempo gasto por usuário nas redes sociais. Os usuários passaram quase 13 horas (775 minutos) nas redes sociais em fevereiro deste ano, ante os 346 minutos da média internacional. E essa audiência continua crescendo. O total de interações nas páginas brasileiras mais acessadas aumentou 26% de janeiro de 2013 a abril deste ano e o número de fãs nelas subiu 148% no mesmo período, ainda de acordo com o levantamento da comScore.

O Facebook continua isolado como queridinho dos brasileiros. Entre as redes sociais, ele responde por 97,8% da audiência, sobrando apenas 2,2% para os demais canais. O Twitter detém 0,7% dos acessos e o Linkedin, 0,2%. O Orkut, cujo fim já foi anunciado para setembro pelo Google, responde por 0,3% do tráfego, o que representa cerca de quatro milhões de visitantes únicos e mais de 200 milhões de pageviews por mês.

Nos últimos meses, o destaque ficou por conta do Instagram, que vem sendo descoberto pelas empresas. “A presença das marcas nessa rede social cresceu 900%, de janeiro de 2013 a abril de 2014, mas o canal ainda está subaproveitado. O Instagram é hoje interessante para anunciantes que buscam novas alternativas e a diversificação dos investimentos online. A grande audiência das redes sociais torna atraente esse canal de conexão com o consumidor, ajudando a entendê-lo melhor e a criar mais lealdade, ao beneficiar a percepção da marca”, analisa o executivo da comScore.

Blogs em evidência

Quando a análise da audiência é ampliada para os conteúdos de blogs, o país passa para a segunda posição, logo atrás do Japão. Mais de três quartos da população online (77,3%) acessam esses sites atrás de informações por mês, ante os 78,4% na nação nipônica. Em seguida aparecem Taiwan (77,2%), Indonésia (72%), Uruguai (69,5%) e Espanha (66,6%). Nos meses seguintes, com a proximidade das eleições, a expectativa é de que o Brasil alcance a liderança, já que blogs costumam se tornar importantes fontes de análises e opiniões.

Independentemente de estímulos sazonais, outro fator levou a audiência da internet como um todo a crescer 11% entre fevereiro de 2013 e o mesmo mês deste ano. “Existe um universo de pessoas entrando no mundo de PCs e laptops. Quem começa a usar um novo equipamento em casa vai ter pelo menos e-mail e as ferramentas básicas. Foi com base nisso, que a categoria de serviços também cresceu em torno de 12%”, explica Alex Banks

Enquanto alguns compram seus primeiros desktops, outros migram para o mobile. Segundo a pesquisa da comScore, os 94% dos acessos à web ocorriam via PC em 2013, índice que caiu para 88% este ano. Neste mesmo período, o mobile saiu de 4% das conexões para 9,3%. “Esse share dobrou, mostrando uma tendência clara de consumo de mais páginas de conteúdo por smartphones. No próximo ano, o índice referente ao uso por PC deve cair para 80%”, prevê o executivo.

Esse movimento aproxima, pouco a pouco, o cenário brasileiro ao norte-americano. Hoje, nos Estados Unidos, 78,3% dos acessos são originados em PCs, 14,5% em smartphones, 6,7% em tablets e 0,5% em outro tipo de plataforma não especificada, segundo a pesquisa.

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Panorama do e-commerce

O e-commerce também tem crescido, segundo dados do levantamento da comScore, mas continua muito dependente das sazonalidades. Os picos acontecem em datas tradicionais de compras e promoções, como o Black Friday. Os acessos entre fevereiro do ano passado e o mesmo mês de 2014 aumentaram 10%.

Outro destaque é a entrada de novos players, como Alibaba.com, que registrou 9,4 milhões de visitantes únicos em fevereiro deste ano. A Máquina de Vendas é outra marca que há um ano não era significativa e hoje conta com 7,6 milhões de visitantes únicos.

O MercadoLivre é o líder, com 23,9 milhões, seguido por B2W Digital, com 19,6 milhões, Buscapé Company, com 14,9 milhões, e Nova Pontocom, com 13,9 milhões. “Os top players continuam sólidos. Não é que mais players entram e os líderes caem. A audiência cresce e as compras online têm espaço para crescer”, analisa Alex Banks.

Por: Mundo do Marketing

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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