Ticket médio aumenta com adesão de cartões pelos estabelecimentos

Pesquisa mostra que possibilidade de parcelamento e segurança faz com que consumidor opte cada vez mais por pagamento via crédito ou débito. Lojistas devem acompanhar tendência.

O ano de 2015 trouxe mudanças significativas para o mercado brasileiro, com quedas acentuadas nas vendas do varejo e um consumidor mais receoso em seus gastos. Mesmo que os lojistas façam diversas ações para chamar a atenção do cliente, uma delas já colabora para o aumento do ticket médio: a adesão de pagamentos por meio de cartão – seja ele débito ou crédito.

Ainda que a percepção de barganha seja melhor para o consumidor com o dinheiro em mãos, nem sempre a solução à vista é a mais viável. O custo do valor em espécie está atrelado a diferentes obstáculos, como a segurança de transitar com altas quantias, por exemplo. Esse ponto já é entendido pelo brasileiro, que vem aumentando o uso do cartão, no entanto, para os empresários o entendimento pelo valor agregado dessa modalidade ainda vem sendo construindo aos poucos, podendo crescer mais nos próximos anos.

Segundo a pesquisa feita pela Tendências Consultoria, encomendada pela Mastercard, a possibilidade de parcelamento, por exemplo, permite que uma pessoa adquira bens que se ela fosse esperar ter o valor demoraria para adquirir. “Existe um benefício percebido, porque a empresa alcança aquele que não teve tempo de sacar no caixa eletrônico ou alguém que precisa de imediato do produto. Na outra ponta temos a vantagem de se receber diretamente do banco, não existe a questão do fiado ou do possível cheque sem fundo, o que traz a certeza do pagamento”, conta Fernando Botelho, Sócio da Tendências Consultoria e Coordenador da Pesquisa, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Custo do dinheiro

Nas principais constatações do estudo, 91% dos comerciantes afirmaram que a aceitação do cartão de débito no estabelecimento aumenta o volume de vendas e atrai mais clientes, 82% enfatizam que a aceitação incentiva o aumento de tíquete médio, enquanto 93% concordam que os cartões agregam mais valor à venda, ou seja, existe uma percepção de que o uso de meios eletrônicos incrementa os negócios e a rentabilidade dos estabelecimentos.

Em um momento em que não se pode vacilar nas estratégias de venda, oferecer a máquina para pagamento no crediário pode ajudar a salvar muitos balanços mensais. “Em média, o valor gasto em dinheiro fica sendo de R$ 76,66, enquanto no modelo de débito é de R$ 89,95. Se considerarmos a prazo, o valor sobe para R$ 128,24 e parcelado para R$ 242,28. Isso significa que o custo que um empresário enxerga nas taxas pagas à operadora tem retorno garantido. Ele vende mais do que se oferecesse apenas opção em espécie”, avalia Fernando.

A pesquisa quantitativa foi realizada junto a 610 estabelecimentos comerciais nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Brasília. Do total de entrevistados, 90% aceitam cartões de débito e 83% de crédito. Para aqueles que não aceitam esses meios de pagamento, a percepção de altos custos foi citada por 39% dos empresários e necessidade de obedecer à regulação e legislação, 21%.

O custo operacional com funcionários e tempo dispensado em idas ao banco também é considerado. Em algumas lojas existe uma pessoa responsável por separar malotes para serem depositados ao banco, o que além de custo extra também contabiliza um tempo fora do estabelecimento que poderia ser empregado em outra função. “ também gastos com segurança, para que não haja assalto e isso inclui seguro contra furto. Há gastos ocultos na venda em dinheiro que é preciso prestar atenção”, conta Fernando.

PMEs

A aceitação do cartão foi registrada como sinônimo de segurança, rapidez e agilidade no negócio. Entre os comerciantes pesquisados, 91% relatam que as transações em dinheiro aumentam suas preocupações com segurança e, por causa disso, 67% acreditam que os caixas preferem pagamentos feitos com o plástico a dinheiro. Para 55% dos lojistas indicam que as filas dos caixas seriam mais rápidas com a adoção de cartões.

Esta é mais uma instância em que o uso do cartão traz vantagens ao estabelecimento e é voltado a esse ponto que a Mastercard vem voltando as suas ações para os gestores dos pequenos e médios negócios, a fim de que eles entendam os benefícios do pagamento eletrônico. “Em um cenário de retração no consumo, oferecer modalidades de pagamento que permitam flexibilizar o pagamento para o consumidor final é essencial para o varejo. A tecnologia tem ajudado esses empreendedores a venderem mais, mesmo em tempos difíceis”, conta Alexandre Brito, VP Desenvolvimento de Aceitação e Negócios da MasterCard Brasil e Cone Sul, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Com o crescimento do e-commerce, também surgem novas opções para o crescimento do mercado de cartões de crédito. No Brasil, atualmente três milhões de estabelecimentos aceitam pagamentos eletrônicos com potencial de dobrar nos próximos cinco anos. “Existem outros milhões de comerciantes que devem incorporar o uso desse pagamento – e falamos também de dentistas, médicos e lojas virtuais. Ao incorporar estes estabelecimentos, a indústria estará gerando uma série de benefícios à sociedade, sobretudo inclusão social, por meio da inclusão financeira da população não bancarizada”, analisa Alexandre.

Por: Mundo do Marketing

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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