TV disputa audiência com mobile em jogos de futebol

Estudo mostra que, durante as partidas, 73% dos telespectadores estão conectados a dispositivos móveis.

Uma pesquisa da Teads, conduzida pela CensusWide, analisou o hábito de consumo de mídia dos fãs de futebol no México, Brasil, Colômbia e Argentina a partir da final da Copa América, em 26 de junho deste ano. O levantamento procurou entender o comportamento dos torcedores na era digital, considerando o uso de celular durante a exibição das partidas na TV (processo chamado de “segunda tela”), e o consumo de mídia online antes, durante e depois do jogo.

Os resultados mostram que os torcedores passaram em torno de 243 minutos lendo conteúdo editorial antes e depois da partida. Durante o jogo, 80% dos entrevistados afirmaram ter consumido conteúdo online em seus celulares enquanto assistiam à final pela TV.

Apesar de seu grande alcance na América Latina, a TV está compartilhando sua liderança com os dispositivos móveis, pois o tempo que o público passou online é maior do que o dispendido no offline. Uma pesquisa da Millward Brown já havia sugerido que os usuários latino-americanos passam mais tempo online, o que o estudo da Teads complementa. Mesmo para jogos de futebol no horário nobre da televisão, o consumo de mídia online sobre a partida é maior.

A segunda tela, de acordo com a maioria dos entrevistados, ocupa grande parte do envolvimento com o jogo. E os números do estudo provam que esta interação é alta: 73% dos telespectadores estão com uma segunda tela. 31% deles afirma acessar sites de esportes a partir de seus dispositivos móveis enquanto assistem à partida na TV. Outros 82% usam a mídia social e 16% jornais. Dentre os entrevistados que usam a segunda tela, 17% disseram fazer isso mais de uma vez.

No dia anterior ao jogo, os usuários passaram uma média de 84 minutos consumindo conteúdo online relacionado, com o desktop representando 36 minutos, seguido pelos celulares com 29,6 minutos e pelos tablets com 18,4 minutos. Sites de futebol tiveram o maior envolvimento considerando as informações pré-jogo, com 29 minutos de consumo total.

Já após a partida, aproximadamente 75% dos fãs ficam online para descobrir mais sobre o conteúdo relacionado ao jogo. Os participantes do levantamento passaram, em média, 26 minutos nas redes sociais, 23,4 minutos em sites de futebol, e 23 minutos em sites de esportes procurando por novas informações pós-jogo.

Em geral, a mídia social domina regionalmente, com 72% dos fãs seguindo principalmente as redes sociais para se informar sobre as atualidades do futebol mundial, enquanto 64% consultam sites de esportes para isso. No entanto, há uma diferença neste comportamento no Brasil. Enquanto as redes sociais dominam no México, Argentina e Colômbia, 72% dos brasileiros disseram utilizar mais os conteúdos editoriais dos sites, comparado à redes sociais (68%).

A pesquisa teve 2.124 respondentes no México (527), Argentina (506), Brasil (580) e Colômbia (511). Nesses países, 96% dos fãs de futebol assistiram ao jogo Argentina vs. Chile ao vivo. Entre os que não viram a partida, 50% afirmaram ter acompanhado por meio de atualizações em tempo real.

Olimpíadas no Brasil: uma boa oportunidade

Os resultados da pesquisa da Copa América também trazem dados sobre Jogos Olímpicos Rio 2016. Na América Latina, a pesquisa da Teads mostra que 85% dos entrevistados estavam ansiosos pelas partidas de futebol nas Olimpíadas. Esse número aumenta para 86%, quando considerado o grupo de 25 a 34 anos.

O estudo também mostra que 59% dos fãs de futebol se dirigem às seções de esportes online dos jornais nacionais para encontrar notícias do futebol mundial. Além disso, 37% dos fãs regionais estão procurando análises e comentários de jornalistas ao lerem sobre o tema online.

No nível global, perto de dois terços dos britânicos que assistirão às Olimpíadas na TV usarão um dispositivo conectado à internet ao mesmo tempo, de acordo com levantamento da RadiumOne. Dentre os 64% que usam a segunda tela, a atividade online não relacionada às Olimpíadas é esperada como sendo a mais popular (53%), seguida pelos chats/mensagens instantâneas sobre o evento (31%), pela procura online de informações relacionadas (30%) e pela conversa ao telefone sobre o que está passando (também 30%).

“Com a segunda tela como norma, as marcas devem garantir que suas campanhas estejam passando em vários canais para complementar a publicidade da TV. Apostar a maioria do orçamento publicitário no offline pode ser arriscado. A alocação dos valores deve seguir o comportamento do usuário para ótimos resultados e relevância. Compreender os pontos de paixão e o consumo de mídia online dos públicos-alvo ajudará as marcas a produzirem uma narrativa mais criativa e poderosa.” diz Eric Tourtel, Vice-Presidente Sênior da Teads LATAM.

Por: Meio & Mensagem

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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