A recente pesquisa divulgada pela empresa de relações públicas Norte-Americana Manning, Selvage & Lee mostra com números o que os profissionais de guerrilha já sabem há algum tempo: o boca a boca é diferencial para marcas. A pesquisa retrata dados do mercado dos Estados Unidos como os novos canais de comunicação, o impacto do boca a boca e chega ao número de 1,5 bilhões de impressões que circulam por dia e potencializam mensagens sobre marcas e produtos.
A metodologia da pesquisa não foi divulgada, entretanto, pontos como a contribuição da internet e o impacto deste tipo de comunicação são consenso entre os especialistas da área. “O Marketing de Guerrilha já é realidade no Brasil”, afirma o consultor Ricardo Cavallini, autor do livro “O Marketing depois de amanhã”. Ele explica em entrevista ao site que muitos dos pontos apresentados são iguais no Brasil e completa: “existem ótimas agências no país, mas poucas realmente se preocupam com ações diferenciadas de marketing ou de guerrilha”.
Um dos pioneiros na área, Gustavo Fortes, Diretor de Planejamento da Espalhe, conta que no início foi preciso divulgar o que era o Marketing de Guerrilha. “Foi um trabalho de evangelização e foi difícil quebrar este gelo no primeiro ano da agência”, conta. Ele admite que, mesmo com o crescimento dos últimos anos, ainda há um longo caminho a percorrer. “Ainda são poucas as empresas que possuem a guerrilha no seu mix de marketing”, diz.
Novas mídias
O papel da internet e de outras mídias é ressaltado como potencializador dos resultados, mas a comunicação off-line ainda é o principal. Blogs, programas de mensagens instantâneas como o MSN, chats e e-mails são citados, mas a comunicação face a face é a que prevalece (72%), seguida do telefone (17%).
“Tudo depende do público alvo de que estamos falando”, avalia Marcelo Vial, Diretor da Salem Guerrilha. Ele explica que os jovens tendem a utilizar as novas mídias enquanto as pessoas mais velhas obtém informações de forma diferente, como a recomendação tão comum entre mulheres.
De acordo com a pesquisa, elas também são mais propensas a se sentirem estimuladas a comprar produtos recomendados (55% x 47%) e de acreditar mais nas recomendações (também 55% x 47%).
O estudo fala ainda dos assuntos que norteiam as conversas: oito entre dez são baseadas em experiências pessoais enquanto consumidores de um produto ou marca. Isso mostra a importância de investir em ações que incluam experiências, como degustação e tests drive e que encorajem o seu compartilhamento.
Perfil dos Propagadores
Em Marketing Viral, certas pessoas fazem a diferença quando se trata de disseminar uma opinião, como o caso dos jornalistas ou dos catalisadores de opinião. A pesquisa também identifica aqueles líderes que “fazem recomendações em múltiplas categorias e interagem regularmente com uma grande e diversa rede”. De acordo com os dados divulgados, 37% dos catalisadores estão entre 40 e 50 anos de idade.
Marcelo Vial no entanto, destaca que os agentes numa campanha ficarão sujeitos à estratégia. Ele conta que certa vez a Salem Guerrilha executou uma ação para divulgar o Departamento de Soluções Abril junto às 25 maiores agências de publicidade do Brasil. A campanha envolvia repentistas e internet, mas os agentes eram o público de interesse.
Gustavo Fortes, da Espalhe também relata uma ação recente da empresa em que para divulgar um empreendimento imobiliário a agência criou a campanha “alugue um cachorro”. O objetivo era gerar discussão entre aqueles que moravam em apartamento e atingir os que poderiam desenvolver interesse em comprar uma casa.
Controlar o buzz ainda é um dos pontos fracos, o que afasta algumas empresas deste mercado, mas cada dia mais organizações aderem a esta realidade, não só pelo orçamento, mas pela eficácia. “Consumidores acham outros consumidores mais confiáveis que empresas para transmitir uma mensagem. E por utilizar a internet como veículo e consumidores como propulsores, algumas ações virais podem ter um custo
benefício bastante atrativo”, conclui Cavallini.
Fonte: Mundo do Marketing
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