A população brasileira sentiu, de maneira significativa, o aprofundamento da crise econômica entre 2015 e 2016. No entanto, a maioria acredita que o pior já passou e que a economia deve se recuperar no próximo ano.

Uma pesquisa do IBOPE Inteligência para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que seis em cada dez brasileiros consideram que a situação econômica está pior que no mesmo período de 2015 e 71% consideram a situação econômica do país ruim ou péssima.

O percentual de entrevistados que tiveram alguém da residência que perdeu o emprego passa de 44% para 57% neste ano, e o percentual de famílias nas quais membros que não trabalhavam tiveram que entrar no mercado de trabalho para ajudar com as contas passa de 40% para 48%.

Com a alta do desemprego e da inflação, o poder de compra da população continua diminuindo, já que 40% verificam grande redução nos últimos 12 meses. Nesse cenário, 67% encontram dificuldades para pagar as contas e compras a crédito e chegam a 30% os que não conseguem pagar seu aluguel ou prestação da casa própria.

Para contornar essa situação, os brasileiros trocam seu local de consumo para estabelecimentos mais baratos (80%), trocam produtos por similares mais baratos (78%) e reduzem a impulsividade nas compras, pesquisando mais os preços antes de comprar (93%).

Parte da população teve que adotar medidas mais duras, como vender bens para pagar dívidas (24%), mudar de residência para reduzir custos com habitação (19%), passar o filho da escola particular para a pública (14%), usar mais transporte público (48%) e deixar de ter plano de saúde (34%).

Futuro

Apesar dos problemas percebidos, a população ainda está mais otimista em relação ao futuro da economia do país do que estava em 2015. Os que acreditam que a economia estará melhor em 12 meses passam de 23% em junho de 2015 para 43% em junho de 2016. Consequentemente, o percentual dos que consideravam que a economia estaria pior em 12 meses passa de 54% em junho de 2015 para 29% em junho de 2016.

Sobre a pesquisa

Foram entrevistadas 2.002 pessoas, de 16 anos ou mais, em 141 municípios, entre os dias 24 e 27 de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Por: Ibope Inteligência