Levantamento feito pela consultoria Nielsen identificou que na região nordeste a participação das marcas regionais é a maior do País. Elas responderam por 17,8% do volume de bens de consumo de massa comercializado nos estados nordestinos. Para se ter uma ideia, no Sul, segundo colocado, os produtos regionais representam 10% das vendas locais. Nas demais regiões do País, a participação fica em torno de 4%. O estudo abrange o período de julho de 2011 a junho de 2012 e a comparação é com igual período anterior.
Mário Ruggiero, diretor comercial da Nielsen, diz que, a exemplo do Sul, o Nordeste também é bastante ‘bairrista’ e valoriza muito o que é da terra, daí o sucesso dessas marcas. “Além disso, os fabricantes e varejistas têm um relacionamento muito próximo, o que ajuda e valoriza a exposição e a consequente venda dessas marcas”, diz.
O executivo lembra ainda que por muito tempo o Nordeste não estava no radar das grandes empresas, o que favoreceu os fabricantes locais. Problemas de logística envolvendo transporte e custo do produto para sair da região produtora – normalmente em Estados mais centrais -, além do baixo poder aquisito da população, não atraiam as companhias nacionais. “Mas eu diria que na última década ou um pouco mais esse cenário mudou e o Nordeste se tornou a parte emergente do Brasil para as grandes empresas, todo mundo quer fazer negócio lá”, avisa o executivo.
A vantagem das marcas regionais – ao menos por enquanto, destaca Ruggiero – é que elas sabem trabalhar a região. Souberam estabelecer preço e embalagens adequadas e são em sua maioria voltadas para a classe C, alvo também das indústrias nacionais. “Mas as grandes empresas estão aprendendo a atender o perfil desse consumidor tão peculiar e estão se adequando, o que tem aumentado a competitividade entre as marcas.”
Fonte: Supermercado Moderno
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