Saúde e higiene representam 8% do consumo dos brasileiros em 2011

Um estudo mostra que os gastos com saúde e higiene representam  8% do consumo dos brasileiros em 2011, o que equivale a a R$ 187 bilhões. O Projeto Farma/Cosméticos revela que 74% desses gastos (R$ 187,0 bilhões) da população são destinados à  Saúde. Metade dessa fatia (cerca de R$ 69,8 bilhões) é puxada por medicamentos e a outra metade (cerca de R$ 68,4 bilhões) recai sobre todas as demais despesas, tais como planos de saúde, consultas (médicas/dentárias), tratamentos ambulatoriais, hospitalização, exames, cirurgias etc. A demanda por produtos e serviços de cuidados pessoais, de higiene e cosméticos, responde por 26%, ou seja, R$ 48,8 bilhões, em 2011.

O estudo leva em conta a população urbana que ascende a 84% dos 192,4 milhões de brasileiros (51% mulheres e 49% homens), 81% alfabetizados, apontando uma taxa de crescimento de 0,85% ao ano, numa densidade demográfica da ordem de 22,63 habitantes por km².  Ao todo são 57,5 milhões de domicílios, sendo 49 milhões localizados em áreas urbanas. O consumo per capita brasileiro está estimado em R$ 14.337,68.  A informação é de Marcos Pazzini, responsável pelo Projeto Farma/Cosméticos e diretor da IPC Marketing Editora, adiantando que este novo estudo emprega metodologia própria da empresa e dados de fontes oficiais inclusive os de entidades de classe e/ou conselhos profissionais.

No âmbito nacional, observa-se que a distribuição da fatia dos gastos com saúde equivalentes a R$ 68,4 bilhões tem maior influência sobre planos de saúde (R$ 39,4 bilhões), consultas médicas (R$ 5,3 bilhões), consultas dentárias/tratamentos (R$ 6 bilhões), cirurgias (R$ 4,2 bilhões), exames (R$ 4,4 bilhões), tratamentos ambulatoriais (R$ 1,5 bilhão), hospitalizações (R$ 893,6 milhões), materiais para tratamentos (R$ 5,6 bilhões), e sucessivamente entre outros itens.

A correlação entre esses gastos por categoria econômica e o IPC (índice de Potencialidade de Consumo) indica que a classe B lidera esse universo, absorvendo praticamente a metade dos gastos, ao desembolsar valores da ordem de R$ 34,5 bilhões. A classe C registra dispêndios de R$ 14,4 bilhões, enquanto as classes de menor poder aquisitivo respondem por R$ 1,6 bilhão (classe D)  e R$ 49,2 milhões (classe E).  A classe A, no topo da pirâmide social e com menor fatia da população, participa com R$ 17,9 bilhões.

O estudo indica haver uma distância muito grande entre as regiões brasileiras, apontando para a concentração de consumo de produtos e serviços de higiene e saúde.  No Sudeste, essa concentração é 30% superior a média nacional, e no Sul ultrapassa em 9%.  Nas outras três regiões  a concentração é inferior à média nacional:  Norte apresenta 45% abaixo da média nacional, Nordeste está com 35% inferior, e a região Centro-Oeste indica 5% abaixo da média nacional.

Ao se analisar a participação dos médicos regionalmente, por exemplo, em relação às populações locais, “percebe-se a existência de um enorme vácuo desses profissionais no Norte e Nordeste, ante a maior oferta encontrada nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste”  comenta Pazzini, informando que a média nacional é de 2,11 médicos por mil habitantes.  No Sudeste, esse parâmetro chega a 2,74;  no Centro-Oeste atinge  2,39, apresentando no Sul  2,29. Já o Nordeste reponde por 1,31, e o Norte: 1,07 médico por mil habitantes.

O estudo destaca a oferta dos vários  tipos de  atividades do setor e o número correspondente de profissionais, abrangendo dos serviços de saúde  até a fabricação e comércio de produtos (atacado e varejo).  Para exemplificar, Pazzini cita que o País conta com 406.496 médicos das mais diferentes áreas da medicina, ainda que cerca de 200 mil deles sem o registro de especialidade. Entre outros profissionais da saúde estão 225.088 dentistas, 66.545 psicólogos e 84.410 veterinários.
Há múltiplas ofertas dos segmentos voltados à saúde humana, figurando desde  hospitais, laboratórios, clínicas, aos mais diversos tipos de atividades disponíveis, com destaque a itens de atenção aos idosos (instituições, clínicas), centros de apoio a pacientes com câncer e AIDS, etc.

Equivalência dos grandes centros

Nota-se que nas 27 Capitais há uma concentração do potencial de consumo e de profissionais.  Enquanto que a média na participação de consumo total das 27 Capitais é de 32,8%, em Higiene e Saúde a participação sobe para 33,8%. As 27 Capitais contam com 57,6% dos médicos brasileiros,  50,6% dos Psicólogos, 41,9% dos Veterinários e 45,1% dos Dentistas do Brasil.

Verifica-se ocorrência semelhante na análise dos 50 maiores cidades do País. Detém 45,7% do consumo de produtos e serviços de higiene e saúde ante 44,0% do total do consumo dos itens da economia. Nestes 50 maiores mercados se encontram 69,0% dos médicos, 64,4% dos psicólogos, 51,3% dos veterinários e 45,1% dos dentistas. “Constatando-se  quanto maior for a existência de profissionais para atender a população numa determinada cidade maior será o consumo quando comparando à média nacional”, diz Pazzini.

O Sudeste lidera nos gastos de Saúde &Higiene Pessoal-Cosméticos, despontando igualmente no ranking nacional com a participação de 54,54% (IPC específico Saúde & Higiene). Nos demais itens de consumo (IPC Geral) sua liderança fica em 52,3%.  A região Nordeste mantém-se, assim como no consumo dos itens em geral da economia, na segunda posição, ao registrar dispêndios respectivamente de 18,2% (IPC Saúde&Higiene) e 17,7% no IPC geral.

Em terceiro lugar  deste estudo, surge a região Sul revelando maior participação no consumo geral, cerca de 16,6, contra os 15,6% revelados na pesquisa com Saúde & Higiene.  Idêntica valorização ocorre com as demais regiões: Centro-Oeste 7,9% (IPC Geral) e 7,1 (IPC Saúde & Higiene)  e  Norte com 5,4% (IPC Geral) e 4,6% (IPC relativo à Saúde & Higiene).

Higiene & Cosméticos

O universo de Higiene e Cosméticos, que representa um consumo expressivo da ordem de R$ 48,8 bilhões, indicando gastos de 45% com produtos de uso pessoal, 41% em perfumaria, 8% produtos para cabelos e 6% com sabonetes.  A classe B lidera o consumo (43,7%), seguida pela classe C (com 37,1%), e respectivamente as classes D, com 6% e E com 0,2%. A classe A  responde por 13% do consumo desse item.

A comercialização atacadista reúne 1.188 estabelecimentos de produtos de higiene pessoal (286 deles microempresas) e outros 6.956 (inclui 1.800  microempresas) de produtos cosméticos.  Já a varejista soma 62.134  pontos de venda (28.758 deles microempresas), e o número de agentes, representantes e/ou propagandistas desse comércio chega a 6.294.

Medicamentos

Finalmente vale registrar que a demanda da população no consumo de medicamentos é significativa. A exemplo das demais análises a classe B responde pela maior fatia dos gastos: 40,8%.  A classe C ascende a 39,4%, enquanto a classe A absorve 12,5% dos gastos.  Já o acesso das demais classes indica  7,% (D), e 0,2% (E), ou seja, gastam respectivamente R$ 5 bilhões e R$ 156 milhões, com medicamentos.

 

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Fonte: Consumidor Moderno

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By | 2020-07-24T17:56:31-03:00 21 outubro, 2011|Categories: Consumo|Tags: , , |0 Comments

About the Author:

Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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