Brasileiro gastou US$ 1,8 bilhão em viagens internacionais em março

Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior em março foram de US$ 1,8 bilhões, um leve recuo em relação a março do ano passado, segundo os dados divulgados pelo BC.

Foi a segunda vez que esses gastos recuaram nos últimos 18 meses. Segundo Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, essa redução reflete mudanças do câmbio ao longo do ano. Em 2013, o real teve uma desvalorização de 15%.

“É reflexo das mudanças ao longo do ano no câmbio. Viagens ao exterior são planejadas, não há reação imediata, há uma certa defasagem na reação dessas contas em relação ao câmbio.”

Os turistas estrangeiros deixaram no Brasil US$ 535 milhões, de acordo com o BC.

Nos três primeiros meses do ano, a situação não é diferente. Enquanto os brasileiros tiveram uma despesa de US$ 5,874 bilhões em viagens internacionais, o estrangeiros deixaram no país US$ 1,771 bilhão.

Liquidamente, a conta de viagens internacionais é deficitária em US$ 4,103 bilhões no ano até março.

Para o ano, o Banco Central estima que a conta líquida de viagens internacionais seja deficitária em US$ 18,5 bilhões.

CONTAS EXTERNAS

O saldo negativo nas transações do Brasil com o exterior foi de US$ 6,2 bilhões em março, resultado pior do que os US$ 5,8 bilhões previsto pelo BC.

A deterioração desse resultado foi impulsionada principalmente pela resultado fraco da balança comercial -diferença entre exportações e importações-, o pior para o mês em 13 anos. O Brasil exportou mais do que importou apenas US$ 112 milhões no mês.

“O resultado se deve, em grande parte, à reação lenta da balança comercial no primeiro trimestre, resultado abaixo do esperado, em grande parte em função dos preços dos produtos agrícolas, importantes em nossa pauta”, afirmou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.

De janeiro a março, a balança comercial acumula deficit recorde para o período de US$ 6,072 bilhões, mantendo-se como uma ponta vulnerável das transações correntes.

As transações correntes levam em conta balança comercial, prestação de serviços, remessas de lucros e outras operações que implicam em entrada e saída de capitais do país, como gastos de turistas.

Com o resultado, o país acumula, no ano, rombo nas transações correntes de US$ 25,2 bilhões. Nos últimos 12 meses, o saldo negativo está em US$ 81,6 bilhões, o que representa 3,64% do PIB (Produto Interno Bruto).

Olhando para os 12 meses terminados em fevereiro, quando o resultado foi negativo em US$ 82,126 bilhões, o deficit recuou levemente.

Na comparação de três meses acumulados, o resultado também melhorou ligeiramente, pois de janeiro a março de 2013 era de US$ 31,142 bilhões.

INVESTIMENTOS DIRETOS

Os investimentos estrangeiros diretos ficaram em US$ 4,995 bilhões em março, insuficientes para cobrir o deficit em transações correntes do mês. O resultado foi acima do esperado pela autoridade monetária, que estimava um ingresso de US$ 3,2 bilhões de investimento produtivo.

A última vez que esses recursos compensaram integralmente o déficit em conta corrente do país foi em novembro passado.

Em relação a março de 2013, quando foi de US$ 5,739 bilhões, o fluxo de IED caiu. Mas os ingressos aumentaram na comparação com os primeiros três meses do ano passado (US$ 13,256 bilhões).

No acumulado de três meses, o ingresso líquido desse tipo de capital somou US$ 14,171 bilhões, o que também não foi suficiente para cobrir todo o rombo do país em transações correntes com o exterior.

Para o ano, a estimativa de IED é de US$ 63 bilhões, o que também não financiaria os US$ 80 bilhões de deficit em conta corrente estimados pela autoridade monetária.

Por: GS&MD

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By | 2017-05-29T10:57:45-03:00 29 março, 2014|Categories: Consumo, Mercado, Pesquisas|Tags: , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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