Pix aumenta número de correntistas em bancos digitais

50% dos recebimentos de pessoas físicas provém de bancos digitais e o aumento veio após a democratização do Pix

Se antes os bancos tradicionais eram quase os únicos para uso — e, mesmo com a chegada de alternativas, continuaram como preferência dos consumidores —, hoje, em especial com a chegada do Open Banking, os bancos digitais têm conquistado seu espaço. E é evidente que a aceleração digital teve sua parte para causar essa migração, entretanto, ao que tudo indica, é o Pix que tem feito os brasileiros abrirem contas digitais.

Para se ter ideia, um estudo da Transfeera, plataforma de pagamentos que atende diferentes perfis de empresas que necessitam de escala no processo de pagamentos, mostra que as instituições nativas digitais já representam mais de 50% de recebimentos de pessoas físicas em seu ambiente. A análise foi feita com base em 6 milhões de transações bancárias realizadas pela empresa desde abril de 2017.

“As fintechs se destacam justamente por possuírem soluções majoritariamente digitais, o que torna os negócios escaláveis, permitindo que ofereçam funcionalidades cada dia mais abrangentes aos clientes”, argumenta Fernando Nunes, cofundador e Diretor Comercial da Transfeera.

O Pix como protagonista do sucesso dos bancos nativos digitais

É interessante perceber, conforme consta no estudo, que o escalonamento do uso de bancos digitais de fato aumentou gradativamente, de acordo com o lançamento de novas ferramentas. Até mesmo as gerações mais velhas, mais resistentes às operações 100% digitais, passaram a enxergar essas instituições financeiras com outros olhos.

Enquanto os bancos tradicionais, que tinham 91% da prioridade do consumidor, viram uma queda de mais de 40% na preferência — somados os anos de 2017 a 2021 —, no ano passado, com a intensa digitalização promovida pela pandemia, os nativos digitais conquistaram 30% das operações de recebíveis de pessoas físicas dentro da Transfeera. Em agosto deste ano, meses antes do aniversário de um ano do Pix no Brasil, esse número ultrapassou a marca de 50%.

“No atual cenário de meios de pagamento no Brasil, para que uma empresa se mantenha competitiva, é imprescindível que ela opere no digital. O movimento do dinheiro para os canais digitais já não se enquadra como um diferencial, mas, sim, como uma obrigação, um caminho sem volta”, acrescenta Nunes.

Em 2019, diz o estudo, os bancos nativos digitais representavam apenas 10% dos recebíveis, tendo Nubank (2,92%) e Banco Inter (2,47%) como os principais que encabeçavam a lista. Um ano depois, houve a ascensão também do Pag Seguro (2,10%) e do Banco C6 (5%). Em 2021, o Nubank atingiu 28%, seguido pelo Banco Inter (7%), Pag Seguro (5,52%), PicPay (5%) e Mercado Pago (3,23%).

Para Carlos Augusto de Oliveira, CEO da CertDox e Fintech Board Member da VC BossaNova, ainda que os bancos tradicionais acompanhem as mudanças mais voltadas ao digital, eles ainda seguem defasados. “Mesmo quando tecnicamente prontos, existe uma evidente cautela dos Bancos na migração para os serviços digitais porque muita coisa está em jogo, especialmente o risco de perda significativa de receita de tarifas de serviços provocado pelo Pix”, acrescenta.

Os números do Pix no Brasil

No mês passado, o Pix completou um ano de funcionamento no Brasil e angariou, conforme apontam os dados do Banco Central, 348,1 milhões de chaves cadastradas, sendo 121,2 milhões de chaves aleatórias, 93,8 milhões de CPFs, 76,1 milhões de números do telefone celular, 50,6 milhões de e-mail e 6,4 milhões de CNPJs.

Desde sua existência, já são 7 bilhões de transações, com um volume financeiro movimentado de 4,1 trilhões de reais. O Banco Central informa, ainda, que em todo o País, 104,4 milhões de pessoas utilizam a ferramenta para pagar ou receber dinheiro. A maior parte das transações ainda é majoritariamente realizada pelos jovens, sendo 34% entre 20 e 29 anos e 31% entre 30 e 39 anos.

Vale destacar que no último dia 5 de novembro, o Pix atingiu o marco histórico de 50.045.289 de operações realizadas.

Por: Conusumidor Moderno

By | 2022-01-02T07:45:31-03:00 10 novembro, 2021|Categories: Estratégia|Tags: , , , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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